Como já cantou o artista: Viver e não ter a vergonha de ser feliz! Você leitor poderia nos perguntar: por que alguém teria a vergonha de ser feliz? Ser feliz já não é tudo o que todos querem?
Bem, primeiro poderíamos dizer que nem sempre é fácil fazer escolhas em direção à felicidade, mesmo porque nem sempre sabemos o que realmente vai nos fazer felizes. Pode-se correr o risco de vivermos tão obcecados em ser felizes, que esqueçamos de viver… e isso não é um trocadilho. Muitas pessoas vivem tão focadas em alcançar algo, em obter algo, em ser algo ou alguém, que às vezes atropelam o presente da vida. A armadilha que atropela o presente da vida está em acreditar que “quando tiver dinheiro serei feliz”, ou “quando tiver casado serei feliz”, ou ainda “quando tiver minha casa serei feliz”, ora colocando a felicidade numa coisa ou numa pessoa.
Quantas vezes você parou para observar com real interesse as pessoas que vivem com você? Que trabalham com você? Ou qual foi a ultima vez que observou a natureza, o contorno das arvores, o cantar dos pássaros, as coincidências/providencias do dia a dia? Quase sempre nos engrenamos numa vida tão frenética, que achamos que tudo é normal. Acabamos por não valorizar de verdade a saúde que temos, ou a dos nossos filhos; o pão que conseguimos colocar em nossas mesas, o teto que temos para nos abrigar, os amigos com os quais podemos contar, a família com a qual fomos presenteados, enfim, quantos presentes não “desembrulhamos” direito, ou não apreciamos com a intensidade que poderíamos.
Muitas pessoas desgastam suas vidas focadas no futuro, ou no passado e perde o dom presente, outras conquistaram o dom de viver o presente como “um presente” e se sentem felizes. Qual delas você tem sido? E essa auto-analise é importante: com o que tenho gasto grande parte do meu tempo? Tentando ser ou conquistar algo ou alguém? Buscando sempre algo que não sou ou não tenho? E não estamos aqui dizendo que não se deve sonhar, ter projetos, e “correr atrás” desses projetos, pelo contrário somente quem vive o momento presente poderá ser feliz quando vier o futuro, portanto estamos fazendo um convite para não se esquecer de caminhar devagar no presente em busca de um bom futuro; apreciar o que você é como pessoa, o que tem e o que faz, enquanto não alcança o que deseja ser, ter ou fazer.
E há ainda outras pessoas que vivem tão presas em seus passados, em suas historias boas ou tristes, que vivem como zumbis, como se não estivessem aqui; e tudo o que lhes acontece no presente não merece apreciação, não é digna de comemoração. Se você, por algum motivo se encontra assim, o nosso convite é de uma reconciliação com sua historia, com você mesmo; o convite é que tenha um olhar misericordioso, leve, e desenvolva o dom de apreciar a si e o sentimento de merecimento. Reconheça o quanto és precioso e especial, especialmente para Deus.
Então, qual é o melhor dos tempos para se viver? E ousamos dizer que é o presente, com a gratidão sobre o seu passado (independente de como tenha sido, já que hoje você tem novas oportunidades de ser bem melhor do que já foi), e com o olhar esperançoso e confiante sobre seu futuro. Somos caminhantes, não estamos prontos, e nesse caminho da vida, devemos ter algumas certezas como direcionadores: somos criados à imagem e semelhança de Deus, filhos do Amor por excelência, filhos desse Deus que venceu a morte e esta vivo, ressuscitado! Temos um potencial ilimitado que talvez não tenhamos consciência, e quanto mais nos aproximarmos do nosso projeto original (que esta no coração de Deus) mais assertivos e felizes seremos!
É tempo novo! Tempo de celebrar a vida e viver o presente, pois a hora é agora! É o momento de viver cada situação como única, estando presente inteiramente de corpo, alma, mente e coração, seja num diálogo, numa tarefa, numa reunião, em meio às tempestades, numa oração, ou seja, que possa viver a beleza da vida em cada instante sem a vergonha de ser feliz.
Feliz Páscoa!
Autores: Gregório Ventura e Eliane Ventura