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As dificuldades de aprendizagem que desafiam o professor

Os problemas de aprendizagem além de serem complexos, são bastante variados e desafiam a competência e habilidade dos profissionais de educação, devido a sua falta de conhecimentos adequados para lidar com eles. Assim, quando um professor se depara com um estudante portador de algum distúrbio de aprendizagem, de ordem emocional ou comportamental, este professor Pode ficar perdido e até mesmo ignora o aluno por achar que ele está sendo rebelde ou simplesmente não quer se interessar pela sua aula. Este “desinteresse”, no entanto, pode ser proveniente de alguns dos muitos distúrbios que dificultam à aprendizagem dos estudantes. Segundo os autores Robert J. Sternberg e Elena L. Grigorenko, as dificuldades de aprendizagens podem afetar o processo cognitivo de muitas maneiras, vejamos:

Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos.

As causas dos distúrbios são multifatoriais, o que requer tempo e conhecimentos adequados para ser diagnosticados. Desse modo, fica ainda mais difícil para o professor leigo no assunto, saber o que está se passando com o seu aluno. Dentre os vários distúrbios de aprendizagem, podemos citar como os mais conhecidos: a hiperatividade, disortografia, disgrafia, discalculia, dislalia e a dislexia. Dentre estes, podemos destacar como um dos mais comuns, o TDA/H, segundo SILVA, 2003, p. 62, este problema poderá confundir o professor leigo no assunto e levá-lo a conclusão de que a “criança é irresponsável ou rebelde, pois em um dia pode estar produtiva e participante, mas no dia seguinte simplesmente não prestar atenção a nada e não levar a cabo os deveres”.

Além destes problemas, o professor ainda é desafiado a ensinar o estudante que é vítima dos desajustes familiares. Estes desajustes que são muito comuns em muitas famílias acabam interferindo negativamente na aprendizagem da criança, podendo levá-la a ter muitos comportamentos, desde o fechamento para a turma, à dificuldade de concentração.  Desse modo, o professor é colocado de frente com uma série de atitudes e comportamentos que refletem a realidade familiar da criança. Se o professor tiver uma formação adequada para diagnosticar estes sinais, ótimo! Se pelo contrário, ele não conseguir entender o que se passa com seu aluno, o problema tende a ir tomando novas proporções, podendo desencaminhar no abandono escolar. Vejamos como Pierre Weil retrata este realidade:

Uma criança, por exemplo, que não consegue, em sala de aula, ficar parada em momento nenhum, mostrado-se sempre nervosa, brigona, agressiva com os colegas, sempre mal arrumada, cadernos rasgados, pode ser que uma das causas para tudo isso seja uma relação conflituosa com a família ou a relação, também conflituosa, entre os pais, os quais brigam o tempo todo na frente dos filhos e acabam descontando na criança, com desprezo ou indiferença, com agressões físicas ou verbais.

Esta situação relatada por Pierre Weil é bastante comum nas nossas escolas. No entanto, poucas escolas contam com profissionais, como, psicólogos ou psicopedagogos para orientar os pais e dar a “eles condições para serem melhores pais […], proporcionando novas condições à criança e, portanto, contribuindo para seu pleno desenvolvimento”  afirma NOVAES.

Artigo escrito pelo Padre Geraldo Afonso, Pároco da Paróquia Sant´Ana Patis –MG
Arquidiocese de Montes Claros 

 

 

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