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IV Assembleia Arquidiocesana de Pastoral: uma Igreja da escuta

A Arquidiocese de Montes Claros está em processo de Assembleia Pastoral desde dezembro de 2019.  A IV AAP, a partir de março de 2020, ficou marcada pela realidade da pandemia. Foi preciso adaptar o itinerário, alongar prazos, descobrir outras modalidades de contatos, reduzir a duração dos encontros. Fez-se o percurso de modo mais lento, mas sem interrupção. Realizadas as assembleias comunitárias, paroquiais, forâneas e de cada um dos organismos, aproxima-se a etapa da assembleia propriamente dita arquidiocesana. Considerando os limites impostos pela pandemia, optou-se por realizar essa etapa nos sábados de agosto, na Casa de Pastoral, acolhendo, em cada dia, um grupo diferente de delegados. A votação final das Diretrizes será realizada no próximo dia 4 de setembro, pelo Conselho Arquidiocesano de Pastoral – CONARPA.

As assembleias de pastoral, a exemplo dos sínodos, são exercício de comunhão e de participação dos membros da Igreja, chamados ao diálogo para a escolha dos melhores caminhos para a missão eclesial que é a de evangelizar, resposta ao mandato de Jesus (Mt 28, 19-20). Nesse sentido, os bispos e arcebispos de Montes Claros sempre estiveram em profunda sintonia com a Igreja de Roma, com o sucessor de Pedro. Destaca-se a incansável obra de Dom José Alves Trindade (1956-1988), membro participante do Concílio Vaticano II, que se dedicou à recepção e implementação dos ensinamentos conciliares. Seu zelo pastoral se revelou, entre tantos outros gestos, na convocação da I Assembleia Diocesana de Pastoral, em 1967. Desde então, realizaram-se cinco assembleias diocesanas (1967, 1980, 1990, 1994 e 2000) e três arquidiocesanas (2004, 2011 e 2015).

Evidencia-se, assim, o espírito de sinodalidade, hoje insistentemente recordado pelo Papa Francisco: “Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta, ciente de que escutar ‘é mais do que ouvir’. É uma escuta recíproca, onde cada um tem algo a aprender. Povo fiel, Colégio Episcopal, Bispo de Roma: cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o ‘Espírito da verdade’ (Jo 14, 17), para conhecer aquilo que Ele ‘diz às Igrejas’ (Ap 2, 7)” (Discurso por ocasião dos 50 Anos do Sínodo).

O Instrumento de Trabalho, esboço das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Montes Claros, está disponível no site www.arquimoc.com para a consulta de todos e sugestões. O texto é resultado de um conjunto de reflexões e proposições das assembleias das comunidades, das paróquias e das foranias. Também das lives temáticas e das pesquisas realizadas em função da Assembleia. Inspiram-nos o Magistério do Papa Francisco e as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, documento da CNBB, de maio de 2019. A hora pede uma leitura atenta e crítica do Instrumento de Trabalho. O que está em excesso? O que está ausente e não deveria faltar?

O sonho de ser uma Igreja de Comunidades Eclesiais Missionárias a serviço do Evangelho da Vida está se concretizando. São muitos os sinais aqui e acolá de valorização das pequenas comunidades, de abordagens personalizadas, de serviços aos mais pobres, de promoção e defesa da vida e da dignidade humana. Tudo isso precisa ser incrementado com criatividade e maior participação. Venha um tempo novo para nossa Igreja. Cada um dê sua contribuição. Maria, Mãe da Igreja, nos acompanhe. São Pio X interceda por nós.

+ João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros

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