Familiares, amigos, sacerdotes, religiosos(as), diáconos e fiéis leigos(as) reuniram-se para prestar suas últimas homenagens ao Pe. Gilberto Oliveira Versiani, SJ, nesta manhã chuvosa de terça-feira, 20, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Montes Claros e São José de Anchieta, no Bairro Maracanã, em Montes Claros – MG.
A missa de exéquias e encomendação teve início às 8h, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, dom José Carlos de Souza Campos, e concelebrada pelo Arcebispo Emérito, dom José Alberto Moura, e por dezenas de padres presentes para rezar pelo irmão no sacerdócio. A celebração foi marcada por lágrimas de despedida, mas também pela gratidão e homenagens pelo testemunho de incansável ardor missionário de Pe. Gilberto.
As primeiras palavras de dom José Carlos, em sua homilia, foram de solidariedade com a família, que ainda vive o luto pela perda da Sra. Maria Ângela Versiani, irmã do Pe. Gilberto, falecida no último dia 13. “Deus saberá dar a cada um a dose necessária de consolação, de entendimento, para que a vida avance sem esses dois irmãos na terra, certos de que eles estão no céu e poderão, do céu, fazer mais do que fizeram estando aqui na terra”. O arcebispo também dirigiu um agradecimento aos Jesuítas, ordem religiosa da qual pertencia o sacerdote.
Dom José Carlos conheceu Pe. Gilberto assim que assumiu o pastoreio da Arquidiocese, no mês de fevereiro de 2023, mesmo período em que o padre retornou a Montes Claros, para iniciar uma nova experiência pastoral.
O arcebispo relatou que os contatos com o sacerdote se deram mais no hospital, ao longo do período em que ele esteve internado. “No hospital, Gilberto foi sinal e referência exemplar em muitas coisas”, afirmou. Padre Gilberto esteve internado por quase três meses, após sofrer acidente de carro, no final do mês de setembro.
No pouco tempo de convivência, dom José Carlos destaca três marcas que o sacerdote deixou em sua mente: o sorriso, o coração missionário e a resistência.
De acordo com o arcebispo, Pe. Gilberto era o homem do sorriso, pois trazia o sorriso no rosto em qualquer circunstância e sabia conservar o humor e alegria. “Quando eu o recebi pela primeira vez, foi com um riso que ele se aproximou, e nas vezes que eu o visitei no hospital, sem poder falar muito, havia sempre um sorriso nos lábios”.
Pe. Gilberto foi um homem de coração missionário, destacou dom José Carlos. “Por onde ele passou, e não foram poucos lugares, demonstrou que não escolheu os melhores lugares, não quis os lugares mais sofisticados, mais abastados, mais providos, mas circulou, sobretudo nos últimos tempos, em lugares de grandes desafios”.
Homem da resistência, esta foi a terceira marca apontada por dom José Carlos. Resistência que se expressou nos últimos meses de internação, na luta pela vida. “Posso dizer que Gilberto morreu quando ele quis morrer, a morte não o venceu na primeira hora, ele não cedeu, não se entregou. Foram três meses de luta, de resistência, de martírio, de calvário, mas Gilberto morreu na hora em que ele decidiu morrer, não na hora que a morte o quis levar”.
A postura de Pe. Gilberto é bastante significativa para dom José Carlos. “Diante da morte esta é a nossa reação, não de nos entregarmos a ela como se não tivéssemos nenhum recurso a antepor a ela. Temos; o recurso é a vontade de viver, a resistência, a superação, a resiliência, e Gilberto demonstrou isso”, enfatizou o arcebispo.
A experiência pastoral de Pe. Gilberto na Arquidiocese de Montes Claros foi curta, mas intensa. No dia 13/08 ele tomou posse como administrador paroquial, na Quase-Paróquia São Sebastião, em Campo Azul – MG. O sacerdote esteve por um mês e meio na cidade, “um casamento que mostrava ter dado certo”, afirmou dom José Carlos.
O arcebispo expressou sua gratidão pelos paroquianos de Campo Azul, presentes na celebração. “Não mediram esforços para acolher e oferecer o que o padre necessitava para permanecer no meio deles”.
Ao final da missa, dom José Carlos realizou o rito das exéquias. Os paroquianos, que vieram de Campo Azul, homenagearam Pe. Gilberto com uma mensagem de gratidão, por ele ter feito a diferença na vida da comunidade no curto espaço de tempo em que esteve com eles.
Dom José Carlos ainda parabenizou a família Versiani pelo cuidado que tiveram com Pe. Gilberto nos últimos meses. “Foi um tratamento excepcional, que extrapola qualquer medida de amor, se debruçaram para estar com ele o tempo todo. Tinha sempre alguém por perto quando era possível ter alguém por perto”.
Após a bênção final, o corpo do sacerdote foi conduzido para o Cemitério Bonfim, onde foi sepultado.
__________________________________________ *Fotos: Amauri Almeida - Ascom **Comunicação Arquidiocese de Montes Claros (38) 9 8423-8384 ou pelo e-mail: comunicacao@arquimoc.com