A Igreja no Brasil celebrou o seu 1º Ano Vocacional em 1983, com o tema: “Vem e segue-me”. Vinte anos depois, o tema do 2º Ano Vocacional foi: “Batismo, fonte de todas as vocações”. Em 2023, celebramos o 3º Ano Vocacional, com a temática “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho” – a partir da experiência de Emaús, encontrando um itinerário vocacional.
A proposta de encerramento do terceiro Ano Vocacional se dá, também, com o encerramento do ano litúrgico – portanto, com a solenidade de Cristo Rei (26 de novembro de 2023). Encerra-se um período maior, em que nos debruçamos em refletir a temática da vocação, que é tão importante na Igreja. Afinal, não há como pensar a Igreja se não for a partir da vivência das diversas vocações existentes.
O Ano Vocacional apresenta a mensagem do Divino Mestre em rezar pelas vocações, para que o Senhor da messe envie operários para a Sua vinha. Assim, todas as nossas comunidades são conclamadas a essa prática: a oração. Não apenas rezar pelas vocações, mas entender que as nossas comunidades, paróquias e arquidiocese só serão sustentadas a partir da autêntica resposta de todos os vocacionados às missões que são chamados a desempenhar na Igreja.
É preciso promover a cultura vocacional em nossas comunidades! Entendermos que discernir a vocação e vivê-la são direitos de todos os fiéis – chamados por Deus e confirmados em suas vocações pela Igreja. Sabendo da diversidade de carismas e ministérios suscitados pelo Espírito Santo, entende-se de modo mais profundo aquilo que o Papa Francisco afirmou na Exortação Apostólica pós-sinodal Christus vivit, n. 254: “Devemos pensar que toda pastoral é vocacional, toda formação é vocacional e toda espiritualidade é vocacional”.
A cultura vocacional será consolidada e compreendida quando for entendido que aquilo que fazemos na Igreja provém de uma resposta pessoal ao chamado de Deus e que as ações pessoais repercutem em toda comunidade. Todos os grupos, movimentos e pastorais devem tomar consciência da vivência das vocações. Não se trata de uma resposta ao padre da minha paróquia, ao coordenador, ou mesmo ao bispo. Não! Trata-se de uma resposta ao chamado feito por Deus. Nosso compromisso primeiro é com Ele, pois por Ele somos chamados a estar na Igreja, assumindo a nossa missão de discípulos-missionários.
Portanto, há um forte apelo à missão de todo cristão na Igreja em assumir, de fato, a sua vocação! Assumir com alegria, com amor, com compromisso, tendo em vista a finalidade que está em responder ao Senhor, caminhando ao seu Reino definitivo – missão última da Igreja e, portanto, nossa. Não pretendemos esperar mais 20 anos para novamente falar de vocações! O 3º Ano Vocacional é um “pentecostes” na animação vocacional. Devemos consolidar a consciência de que toda ação humana na Igreja parte de um chamado de Deus, parte de uma vocação.
Que nossas comunidades promovam, cada vez mais, a cultura vocacional, afim de que todas as pessoas possam sempre refletir acerca de suas vocações e, desse modo, responder com generosidade ao chamado de Deus.
Pe. João Rafael Marques de Oliveira,
Assessor eclesiástico do SAV na Arquidiocese de Montes Claros e
Coordenador do SAV/PV do Regional Leste 2 da CNBB