A Arquidiocese de Montes Claros escreve, hoje, mais uma bela página de sua história neste chão norte mineiro: a imposição do pálio sobre o Arcebispo Metropolitano, Dom José Carlos de Souza Campos. Nomeado Arcebispo de Montes Claros pelo Papa Francisco no dia 14 de dezembro de 2022 e tendo assumido o governo pastoral desta Igreja Particular em 19 de fevereiro deste ano, como é praxe da Igreja, Dom José Carlos esteve em Roma, no dia 29 de junho, onde recebeu das mãos do Santo Padre o pálio, que é entregue a cada arcebispo. O Rito de benção e entrega do pálio foi alterado em 2015, pelo Papa Francisco, que reservou para si a bênção e a entrega do pálio a cada metropolita, de forma simples e privada. E determinou que a imposição do pálio ocorresse nas arquidioceses de origem dos metropolitas, pelas mãos dos núncios apostólicos de cada país. O intento é “colocar em evidência a relação dos bispos metropolitas […] com a sua Igreja local e assim dar também a possibilidade a mais fiéis de estarem presentes neste rito tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses sufragâneas, que deste modo, poderão participar do momento da imposição” (Mons. Guido Marini – 12.01.2015).
Segundo Sicardo de Cremona († 1215), um prelado italiano, “O pálio […] significa, pois, a imitação da paixão de Cristo”. Sim, o pálio, essa insígnia confeccionada em lã, recorda-nos esta conformidade ao mistério de Cristo que o bispo é chamado a ter enquanto pastor: carregar sobre seus ombros as ovelhas de seu rebanho que carregam suas cruzes cotidianas.
O pálio nos coloca em comunhão com Cristo Bom Pastor e também com o Papa Francisco, que hoje desempenha, entre nós, a função de Pedro. No dia de hoje, rebanho e pastor são convidados, com Pedro, representado nesta ocasião pelo Sr. Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, a defender, viver e cultivar entre nós a unidade e a comunhão com a Sé Apostólica. O pálio é sinal, ainda, do poder-serviço de Metropolita, em honra da Sé Episcopal de Montes Claros, que hoje está confiada aos cuidados de Dom José Carlos de Souza Campos, que, na linha sucessória, é o 4º Arcebispo Metropolitano.
“Em todo o mundo os metropolitas, como símbolo de união com Cristo Bom Pastor e com seu vigário, que desempenha a função de Pedro, leva nos ombros este sinal confeccionado com a lã dos cordeiros abençoados no dia de Santa Inês. […] Que linda simbologia! Na forma do pálio podemos perceber a imagem de uma ovelhinha que o Bom Pastor coloca em seus ombros e leva consigo, para salvá-la e alimentá-la. Nesse símbolo se torna visível aquilo que em primeiro lugar nos une a todos como bispos: a solicitude e a responsabilidade pelo rebanho que nos foi confiado. É precisamente com base nessa solicitude e nessa responsabilidade que devemos cultivar e proteger a unidade” (JOÃO PAULO II. Alzatevi, andiamo!. p. 118, 2004).
Eis um sinal, um convite à unidade que marca a história desta Igreja Particular e também desta Província Eclesiástica que reúne, ainda, as dioceses de Paracatu, de Januária e de Janaúba. Um caminho sinodal que suplica ao Bom e Belo Pastor seu auxílio para a construção desta comunhão desejada por todos: com o Papa Francisco, com a Igreja de Montes Claros, com a nossa Província Eclesiástica.
Padre Cleydson Rafael Nery Rodrigues
Equipe Arquidiocese em Missão
Arquidiocese de Montes Claros