“Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4,8). Essas palavras extraídas da Primeira Carta de São João sintetizam a mensagem da Liturgia deste 6º Domingo da Páscoa.
Conforme Santo Agostinho, “se não houvesse em todas as páginas das Sagradas Escrituras nenhum outro elogio ao amor de Deus além desta única palavra, isto é, que Deus é amor, não deveríamos pedir nada mais”. A teologia joanina revela que Deus é amor não porque nos ama, mas porque essa é a sua essência. Ele é amor.
Esse amor que transborda d’Ele para cada um de nós não é mérito nosso. É graça. O Papa Francisco não merece o amor de Deus. É isso mesmo: não merece. Assim como Dom José Carlos, o seu Pároco, você e eu não merecemos. Ninguém merece. É ação voluntária d’Ele. É dádiva que recebemos d’Ele. Como diz São João, “nisto consiste a beleza desse grande ato: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou” (1 Jo 4,10). Disso depende tudo o mais, inclusive a nossa própria capacidade de amar.
Santa Catarina de Sena nos dá uma bela explicação da exigência do amor ao colocar na boca de Deus as seguintes palavras: “todo amor que tendes por mim é de dívida, não de graça, enquanto sois levados a fazê-lo, ao passo que eu vos amo com amor de graça, e não de dívida. Não podeis, portanto, dar a mim o amor que vos peço. Por isso é que os coloquei ao lado do vosso próximo: para que façais a ele o que não podeis fazer a mim, isto é, amá-lo sem consideração de mérito e sem esperar qualquer benefício. E eu considero que fazeis a mim aquilo que fizerdes a ele”.
O amor mútuo, originado do amor divino, transforma a comunidade cristã em um genuíno sinal da presença de Deus no mundo. É por meio do amor recíproco que seremos todos reconhecidos como discípulos do Senhor.
Seminarista John Winston Sá
4º ano de Teologia do Seminário Maior Imaculado Coração de Maria