O padre Junio Pereira, administrador e reitor do Santuário Arquidiocesano Senhor do Bonfim e juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Montes Claros, participou do Curso de Formação Jurídico-Pastoral promovido pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana, em Roma. Pe. Junio, que também é mestrando em Direito Canônico pelo Instituto de Direito Canônico de Goiânia, teve a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o Direito Matrimonial durante o curso, que abordou o tema “Ministério da Justiça e Caridade na Verdade” (Ministerium Iustitiae et Caritatis in Veritate).
O evento que aconteceu nos dias 19 a 23 de novembro reuniu canonistas e agentes pastorais de diversos países para refletir sobre os desafios jurídico-pastorais relacionados ao matrimônio e à família. Durante o curso, o Papa Francisco recebeu os participantes em audiência especial no dia 23 de novembro, oferecendo um discurso inspirado na encíclica Caritas in Veritate de Bento XVI, enfatizando a ligação indissociável entre justiça, caridade e verdade no agir pastoral da Igreja.
O Papa destacou que a justiça deve ser vivida em harmonia com a caridade, assegurando o bem das pessoas e da comunidade. “Não existe justiça sem caridade, nem caridade sem justiça”, afirmou Francisco. Ele alertou contra uma justiça fria, limitada apenas à legalidade, sem compaixão, e contra uma caridade que ignore os direitos e deveres.
Ao falar sobre os processos matrimoniais, o Pontífice reforçou a necessidade de equilíbrio: “A celeridade e a proximidade são indispensáveis, mas não podem comprometer a justiça nas exigências das normas.” Para Francisco, os tribunais eclesiásticos devem ser expressão da misericórdia de Cristo e da ternura da Igreja.
Francisco encorajou os participantes a amarem a justiça, a caridade e a verdade, inspirando-se em Jesus Cristo, modelo de misericórdia e justiça. Ele destacou que quem busca a justiça da Igreja deve encontrar nela o rosto materno de acolhida e amor.
Pe. Junio Pereira considera a participação no curso e a audiência com o Papa uma experiência enriquecedora. Para ele, foi uma oportunidade única de refletir sobre a importância do nosso serviço como agentes de justiça e caridade, em comunhão com a missão da Igreja.