Entre os dias 14 e 19 de julho, Belo Horizonte (MG) sedia o Encontro Nacional de Atualização para Formadores, promovido pela Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB). Com a participação de aproximadamente 200 formadores de 120 dioceses ligadas a 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o encontro tem como objetivo principal refletir sobre o processo formativo dos futuros presbíteros à luz do Documento 110 da CNBB, que trata das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil.
O assessor do encontro é o padre Fábio de Freitas Guimarães, que conduz os participantes na releitura crítica e propositiva do documento por meio do tema: “O Itinerário Formativo no Documento 110: avaliações e propostas”. O texto, aprovado “ad experimentum” pela CNBB, está passando por um processo de escuta e revisão, em diálogo com a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (CMOVIC), presidida por dom Ângelo Ademir Mezzari.
Durante as exposições e trabalhos em grupo, os participantes têm a oportunidade de revisitar cada etapa do itinerário formativo — humano, espiritual, intelectual e pastoral — identificando aspectos que podem ser aprimorados ou melhor esclarecidos no documento.
“Estamos fazendo o percurso passo a passo, etapa sobre etapa, e ao mesmo tempo apontando caminhos que ajudem a tornar mais claros os horizontes formativos propostos pela Igreja no Brasil”, destacou o presidente da OSIB, padre Vagner Pacheco.
Por que refletir sobre o Documento 110?
Segundo o presidente da OSIB, padre Vagner Pacheco, a escolha do tema se justifica pela necessidade de rever o documento à luz da prática vivida nos seminários:
“Este documento foi aprovado pelos nossos bispos ad experimentum. Em diálogo com dom Ângelo, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, percebemos a importância de atualizá-lo segundo as orientações da Igreja. Estes dias de encontro são uma oportunidade para revisitar o texto e, mais do que isso, apontar caminhos que possam ser melhor iluminados. Estamos fazendo esse percurso com atenção e profundidade”, afirmou.
Uma formação sólida, atualizada e fiel ao Evangelho
Padre Vagner também deixou uma mensagem aos formadores e bispos do Brasil sobre a importância de investir em uma formação presbiteral consistente. Ele destacou três pilares fundamentais para esse processo:
Fidelidade a Nosso Senhor
“A missão do presbítero é ser um testemunho vivo do Evangelho, proclamando a Palavra de Deus com clareza e profundidade. Uma formação sólida e fiel ao Evangelho garante que o sacerdote compreenda plenamente a mensagem cristã e seja capaz de transmiti-la de forma autêntica, sem distorções. O Evangelho não é uma mensagem ‘de época’, mas eterna.”
Conhecimento filosófico e teológico profundo
“Uma boa formação teológica é essencial para que o presbítero tenha um entendimento profundo da doutrina cristã. Isso lhe permite orientar espiritualmente os fiéis, responder a questões difíceis e enfrentar os desafios contemporâneos de forma fundamentada. O estudo da Sagrada Escritura, Patrística, Filosofia, Moral e Liturgia prepara o sacerdote para liderar com maturidade.”
Formação permanente e atualização constante
“O mundo muda rapidamente e isso impacta diretamente a vida da Igreja. A formação presbiteral precisa ser atualizada, permitindo que os padres compreendam e abordem questões da sociedade moderna — como a secularização, as novas tecnologias, os problemas sociais e as questões éticas. Uma formação atualizada garante recursos para que o presbítero interaja com sabedoria diante das novas realidades.”
Caminho sinodal e escuta
O processo de revisão das Diretrizes acontece em espírito sinodal, com escuta ativa dos que vivem cotidianamente a missão de formar novos presbíteros. A expectativa é que as contribuições levantadas durante o encontro da OSIB subsidiem os próximos passos da CNBB na reelaboração do Documento 110, promovendo uma formação cada vez mais integral e em sintonia com as exigências pastorais da Igreja no Brasil.
O encontro segue até o dia 19 de julho, com momentos de espiritualidade, debates, plenárias e aprofundamentos que visam fortalecer a missão formativa dos presbíteros e renovar o compromisso da Igreja com o ministério ordenado.
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