Deus criou o ser humano como homem e mulher. Tanto um como outro têm as características de serem, ambos, verdadeiramente humanos. O ser desumano descaracteriza sua identidade, com procedimento avesso à sua vocação originária que lhe outorgou o Criador, para ser imagem e semelhança divinas. Assim como o divino criou e cuida de tudo, os humanos têm a incumbência de cultivar e cuidar do Planeta Terra, com benefício da natureza e de todos os viventes. Quando não se cuida bem da Terra, os danos advêm para todos. O humano se torna desumano.
Assim, o machismo ou o feminismo exacerbado mudam os viventes racionais em irracionais. Quando qualquer parte diminui ou quer anular a outra, surge a degradação da convivência em desproveito de todos. Assim, por exemplo, o feminicídio, muito real na atualidade, só diminui a altivez do homem, que usa da força física e psíquica para anular a mulher. A força que ajuda e enaltece é a usada para promover a dignidade humana e não o contrário.
A mulher é a rainha da criação, enquanto conota a maternidade divina em relação à humanidade. Deus quis vir de modo humano até nós por meio de uma mulher, que não obstaculou a ação do divino em nós. Ao contrário, Maria, cheia do amor divino, a cheia de graça, veio nos dizer que a vida do ser humano na Terra só tem resultado de realização humana total quando ele agir conforme as coordenadas divinas.
Felizes de nós quando aceitamos, como a mulher Maria, realizar o que Deus quer de nós.
A mulher é criatura especialmente amada por Deus, para nos dar mais ternura, parceria, vontade de nos humanizar e dar sentido ao sermos realmente humanos na Terra.
A mulher tem a alma humana plenificada do amor divino.
Os homens se tornam verdadeiramente seres humanos e felizes quando seguem o exemplo da mulher Maria!
Dom José Alberto Moura
Arcebispo Emérito de Montes Claros