Arquidiocese de Montes Claros realiza Abertura do Ano Pastoral 2025

No último sábado, 08 de fevereiro, a Arquidiocese de Montes Claros promoveu a Abertura do Ano Pastoral 2025, reunindo no Espaço OAB Eventos, das 07h30 às 15h, presbíteros, diáconos, religiosos(as), seminaristas, conselheiros e tesoureiros paroquiais, além de representantes de comunidades de vida e aliança, pastorais, movimentos e organismos arquidiocesanos. O evento, realizado anualmente desde 2019, marcou oficialmente o início das atividades pastorais na Igreja arquidiocesana, fortalecendo a comunhão e o compromisso missionário.

A programação teve início com a oração inicial, conduzida por Dom José Carlos de Souza Campos, arcebispo metropolitano de Montes Claros, que motivou os participantes a viverem este novo ano pastoral com esperança e compromisso missionário.

Em seguida, o Pe. Pedro Henrique Cruz, vigário para a Ação Pastoral, proferiu uma fala orientadora, destacando os principais temas que guiam a vivência eclesial em 2025:

  • Jubileu da Esperança – Caminho de renovação espiritual e missionária.
  • Campanha da Fraternidade 2025 – “Fraternidade e Ecologia Integral”.
  • Concílio Vaticano II – Releitura e atualização de suas diretrizes para a Igreja.
  • 1700 anos do Concílio de Niceia – Memória e significado do primeiro Concílio Ecumênico.

Após essa introdução, foi exibido um documentário sobre o Concílio Vaticano II, relembrando sua importância na renovação da Igreja e no fortalecimento do caminho sinodal. ( O vídeo intitulado Vaticano II: Um Novo Pentecostes está disponível no Prime Video: Clique aqui e confira qual é o vídeo.)

Partilha sobre o Sínodo da Sinodalidade

Outro momento significativo foi a partilha de Sônia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil e representante dos leigos(as) brasileiros no Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada no Vaticano. Em sua fala, Sônia destacou quatro direcionamentos fundamentais que emergiram do processo sinodal:

  • Conversão das relações – Relações autênticas e significativas, não tóxicas; humanização e conversão pessoal; igualdade entre homens e mulheres; carismas, vocações e ministérios a serviço da vida.
  • Foco na missão – Opção preferencial pelos pobres; fortalecimento das estruturas sinodais de organização, diálogo, discernimento e decisão; construção de paróquias sinodais.
  • Espiritualidade da alegria e da esperança – Encontro pessoal com Cristo, discipulado missionário, profecia e cuidado com a vida, as pessoas, a sociedade e a Casa Comum.
  • Povo de discípulos(as) missionários(as) – Formação integral nas dimensões humana, sociopolítica, eclesial, bíblico-teológica, espiritual e ecológica.

(Clique aqui e confira o slide usado sobre Sinodalidade).

Campanha da Fraternidade 2025 e a Conversão Ecológica

O Pe. Rodrigo Souza da Silva, da Diocese de Paracatu e Secretário Executivo da CNBB Leste 2, também esteve presente para abordar a Campanha da Fraternidade 2025, que traz o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom”(Gn 1,31). Ele enfatizou a necessidade de um olhar cristão para a criação e a responsabilidade de todos no cuidado com a Casa Comum.

Em sua fala, destacou que a Quaresma é um tempo propício de oração, jejum e penitência, e que a Campanha da Fraternidade nos convida a uma conversão pessoal e eclesial. Em 2025, a CF reforça a urgência da conversão ecológica, ouvindo o grito dos pobres e da Terra diante da crise socioambiental.

O padre Rodrigo explicou o conceito de Ecologia Integral, tão presente no magistério do Papa Francisco. Segundo ele, essa abordagem vai além da ecologia verde (cuidado com a natureza, florestas e rios), pois compreende a interdependência entre os seres vivos e os recursos da Terra, chamando-nos a uma relação de reciprocidade responsável com a criação.

Ele também alertou sobre o pecado ecológico, definido como ações ou omissões que desrespeitam Deus, o próximo e o meio ambiente, levando à destruição da Casa Comum. Diante disso, fez um apelo para uma conversão ecológica, que significa abandonar a lógica do extrativismo sem limites e adotar uma postura de cuidado e responsabilidade.

Na conclusão de sua exposição, Pe. Rodrigo apresentou algumas indicações para que a Igreja e as comunidades atuem concretamente na preservação da Casa Comum:

  • Uso de energias renováveis (solar e eólica) para reduzir emissões de carbono.
  • Tratamento adequado do lixo e combate ao desperdício de alimentos.
  • Saneamento básico e educação ecológica nas escolas, catequeses e formações.
  • Promoção e valorização das iniciativas já existentes dentro da Arquidiocese e das comunidades.

O padre reforçou a necessidade de um olhar otimista sobre a realidade, impulsionado pela esperança. “Somos movidos pela Esperança. E a Esperança tem um nome e um rosto: Jesus Cristo”, destacou.

Clique aqui e confira os slides usados sobre a Campanha da Fraternidade 2025.

Na parte da tarde, o arcebispo de Montes Claros, dom José Carlos, apresentou o novo brasão da Arquidiocese, marcando um momento simbólico na identidade visual e histórica da Igreja local. (Clique aqui e saiba mais sobre o novo brasão da Arquidiocese de Montes Claros.) Em seguida, o padre Athos Felipe, coordenador da Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra e Bens Culturais, explicou as atribuições da comissão, que atua na avaliação e aprovação de projetos relacionados aos espaços celebrativos e de evangelização. Formada pelo arcebispo, clérigos, religiosos e profissionais leigos das áreas de arquitetura, engenharia, artes plásticas e história, a comissão desempenha um papel essencial na preservação e desenvolvimento do patrimônio sacro. Durante sua exposição, também foi distribuído um guia prático para a submissão de projetos. (Clique aqui e baixe o Guia para Submissão de Projetos da Comissão de Arte Sacra e Bens Culturais.)

Além disso, representantes do Conselho Arquidiocesano de Leigos e Leigas (COARLE) compartilharam reflexões sobre a missão do conselho e apresentaram as iniciativas para as comemorações dos 50 anos do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). O momento reforçou a importância da participação ativa dos leigos na vida e missão da Igreja, destacando seu compromisso com a evangelização e a construção de uma comunidade de fé cada vez mais sinodal.

Cuidado, Reconciliação e Conversão: Os Pilares para 2025 na Arquidiocese de Montes Claros

Encerrando o evento, o arcebispo de Montes Claros, Dom José Carlos, apresentou as três diretrizes que nortearão a caminhada pastoral da Arquidiocese no ano de 2025: Cuidado, Reconciliação e Conversão. Inspirado na esperança do Jubileu 2025, cujo tema é Peregrinos da Esperança, Dom José Carlos destacou a importância de viver esse tempo de graça com ações concretas que transformem a vida da Igreja e da sociedade.

O primeiro ponto, Cuidado, remete ao olhar amoroso de Deus sobre a criação (Deus viu que tudo era muito bom! – Gn 1,31). Esse cuidado deve se refletir em três dimensões: com as pessoas, promovendo ações sociais em parceria com Igrejas, poder público e diversas instituições; com a terra, diante dos desafios ambientais da região, como a exploração fundiária e minerária, incentivando práticas ecológicas cotidianas; e com a celebração da fé, garantindo que os sacramentos sejam vividos em fidelidade ao mandato de Cristo e ao ensinamento da Igreja.

O segundo ponto, Reconciliação, refere-se ao compromisso de curar as feridas do coração (Ele cura os de coração ferido e enfaixa suas feridas – Sl 147,3). A Arquidiocese é chamada a qualificar sua convivência fraterna, promovendo o diálogo e a unidade entre bispos, padres, religiosos e leigos, fortalecendo os laços entre comunidades, movimentos e pastorais, e buscando uma maior harmonia entre as bases e a estrutura arquidiocesana, tanto pastoral quanto administrativamente.

Por fim, Conversão é o chamado essencial para um Jubileu autêntico: Convertei-vos! (Mc 1,15). Essa transformação deve acontecer em três âmbitos: nas relações, aprofundando o vínculo com Deus, com os irmãos, com os diferentes e com a criação; nos processos, promovendo transparência, discernimento e confiança na condução eclesial; e nos vínculos, fomentando comunhão e proximidade em um mundo marcado pela polarização e pelo distanciamento humano.

Como compromisso concreto, Dom José Carlos exortou os presentes a rezar por essa transformação, desejá-la sinceramente, assumir penitências por ela e pedir essa graça a Deus. O Jubileu deve ser vivido como uma oportunidade de renovação da vida, da fé, da convivência e da missão, conduzindo a Arquidiocese a um novo tempo de comunhão e esperança.

Após a fala do arcebispo, os participantes se reuniram em um momento de profunda espiritualidade com a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Em seguida, foram distribuídas 200 mudas de plantas frutíferas e árvores nativas da região, doadas pela Secretaria de Meio Ambiente de Montes Claros. A iniciativa reforçou o compromisso com o cuidado da criação, e aqueles que receberam as mudas foram orientados a plantá-las e cuidá-las, assumindo a responsabilidade pelo meio ambiente como um gesto concreto de fé e compromisso com a casa comum.

Fotos: Laura Tupinambá
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