Na Abertura do Ano Pastoral 2024, da Arquidiocese de Montes Claros, o arcebispo metropolitano, Dom José Carlos de Souza Campos, apresentou sete indicações para este ano na Arquidiocese. De acordo com Dom José Carlos, as orientações foram feitas a partir do que foi apresentado no encontro e após percorrer todo o território da Arquidiocese de Montes Claros.
1ª – Ano da Oração
O Ano da Oração é um desejo do Papa Francisco como preparação para o Jubileu de 2025. Neste sentido, Dom José Carlos incentiva toda a Arquidiocese de Montes Claros a ser fiel à Celebração da Eucaristia e da Palavra. “Que nenhuma comunidade fique sem a sua celebração semanal, seja da eucaristia, seja da Palavra de Deus. Que nenhuma capela fique fechada”.
O arcebispo pediu que quando não houver missa seja realizada a Celebração da Palavra. Ele também incentivou as adorações ao Santíssimo Sacramento e os momentos devocionais. “Vamos fazer de 2024 um ano de oração. A oração nos santifica, a oração nos converte, a oração nos põe no caminho de Jesus”, afirmou. Dom José Carlos reforçou ainda a importância de alimentar a devoção mariana. “A devoção mariana torna católicos os nossos corações”.
2ª – Ano do Encontro
O Arcebispo de Montes Claros expressou a necessidade da proximidade e da presença nos compromissos eclesiais. Ele ressaltou que é preciso combater a ausência em todos os grupos eclesiais, encontros paroquiais, forâneos, arquidiocesanos e demais eventos. Dom José Carlos afirmou que “é preciso marcar presença, é preciso fomentar o encontro”, e prosseguiu: “vamos tirar do nosso calendário a nossa mania de ‘eu não vou nisto’. Não vamos marcar presença pela ausência”.
3ª – Ano da Sinodalidade
A sinodalidade é um termo muito usado pelo Papa Francisco desde o início do seu pontificado, para motivar o espírito de unidade do povo cristão. Em comunhão com o Santo Padre, Dom José Carlos evidenciou a importância de viver as expressões de sinodalidade em toda a vida da Igreja. Para o arcebispo, a sinodalidade deve se manifestar nos conselhos existentes na Igreja, mantendo a representatividade fecunda, as vozes diferentes e a conversação espiritual. “Quem dera que a gente pudesse fazer isso com frequência; escutar uma ou mais pessoas e calar para rezar com o que escutamos”.
4ª – Ano da Acolhida
Dom José Carlos destacou a acolhida e abertura ao novo; desde os novos padres que foram transferidos, aos novos membros dos conselhos paroquiais, comunitários e diocesanos; e as novas instâncias que por ventura forem criadas. “Vamos viver a dinâmica da acolhida, nada de fechamento. Vamos acolher os irmãos novos que chegam com o coração aberto para também beber da fé, da experiência, da sabedoria deles”.
5ª – Ano da Amizade Eclesial
“Não há sinodalidade sem amizade eclesial e social”, afirmou Dom José Carlos. Para ele, “a sinodalidade tem que ser resultado de um coração aberto, transparente, acolhedor; se não vai ser máscara de sinodalidade”. O arcebispo falou sobre o combate à síndrome de Caim, expressa no Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2024 (vivemos a síndrome de Caim, pois não nos sentimos mais responsáveis pelos outros). “Deus nos convida a fazer as pazes”, exortou Dom José Carlos. “Entre nós há muitas relações rompidas”, acrescentou. Ele aconselhou a aproveitar este ano para fazer as pazes, ou pelo menos, tentar fazer. “Não depende só de mim, depende do outro, mas que haja da nossa parte iniciativa”.
6ª – Ano da Missionariedade
Dom José Carlos enfatizou que temos muito o que dar, o que fazer, o que dizer e disposição missionária, mas que é preciso “tirar isso da vontade e da intenção e transformar isso em vida e em missão verdadeira”. Ao falar sobre multiplicar as experiências missionárias, o arcebispo falou sobre a missão que vai acontecer em uma das paróquias da arquidiocese, no mês de julho, com a participação de missionários da Comunidade Arca da Aliança, vindos de Joinville – SC.
7ª – Ano da Valorização da Democracia
Lembrando que neste ano haverá eleições a nível municipal, Dom José Carlos falou sobre a valorização do exercício da democracia. Citando a Doutrina Social da Igreja, o arcebispo afirmou que a Igreja vê o regime democrático com simpatia. Dom José Carlos enfatizou que nenhum padre da Arquidiocese de Montes Claros concorrerá a cargo político. “Nenhum padre é candidato a nada. Eu preciso dos padres sendo padres e não sendo políticos. Eu não vou liberar o padre por cinco anos para tirá-lo do ministério. Nós não temos padre sobrando para ser candidato”. O arcebispo destacou que este é o lugar do leigo. “Leigos e leigas que de fato se candidatem para defender os ideais cristãos. Esse é o lugar de vocês, não é o meu lugar. Não me interessa qual a sua bandeira, direita, esquerda, centro. Não me interessa”.
De acordo com o arcebispo, os leigos que estão engajados nas paróquias e comunidades não serão afastados das suas funções caso se tornem candidatos a algum cargo político, mas ressaltou que a Igreja não é local para fazer propaganda política. “Ficarão lá como leigos atuando no seu papel eclesial, enquanto fizerem isso estão fazendo bem. Que nenhum leigo invente de transformar o altar em lugar de fazer propaganda para si ou para seu partido”. Para Dom José Carlos é importante viver a democracia, mas sem divisão. “Vamos transformar a Igreja em lugar de exercício correto e sadio da política”.
O arcebispo de Montes Claros concluiu a Abertura do Ano Pastoral recapitulando as sete indicações para este ano na Arquidiocese. “Mesmo que isso seja feito pouco a pouco e com erros, mas vamos nos esforçar para viver assim o nosso ano; de modo que a nossa missão também se expresse nessas muitas formas de compromisso com a nossa fé, com a nossa religião, com o Evangelho e com o Reino de Jesus”.
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