Na noite da Quinta-feira Santa, 17 de abril de 2025, Dom José Carlos de Souza Campos, Arcebispo Metropolitano, celebrou solene Missa da Ceia do Senhor, na Catedral Metropolitana de Montes Claros. A missa foi concelebrada pelo padre Lauro D’Angelos Meira Boas, vigário paroquial da Catedral. A celebração marca o início do Tríduo Pascal, o coração da fé cristã, que culmina com a ressurreição de Jesus Cristo.
Logo no início da celebração, Dom José Carlos conduziu os fiéis ao espírito da liturgia:
“Começamos os dias benditos da nossa fé. A Ceia do Senhor nesta noite, a sua morte amanhã e a sua vitória sobre a morte na grande vigília pascal. São os dias fecundos, os dias que dão sentido à nossa fé. Por isso, vamos vivê-los com alegria, contemplando a beleza destes eventos que geraram a nossa salvação.”
A Missa da Ceia do Senhor recorda a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial, e tem como gesto central o lava-pés, realizado por Jesus e repetido pelo arcebispo, simbolizando o serviço e a humildade como fundamentos do ministério de Cristo.
Durante a homilia, Dom José Carlos ofereceu uma profunda meditação sobre o mistério da Páscoa, destacando a importância do sacerdócio e fazendo memória dos mais de cem padres da Arquidiocese:
“Querido padre Lauro, em cujo nome recordo os nossos mais de cem sacerdotes… agradeço imensamente a Deus por tê-los conosco no caminho. Peço que os perdoem por alguma coisa errada que tenham cometido. E peço que continuem rezando por eles e por mim, para que a nossa conversão qualifique o exemplo que nós temos que dar.”
O arcebispo também refletiu sobre a beleza como caminho de aproximação ao mistério pascal:
“Quero convidá-los a penetrar o mistério da Páscoa pela via da beleza. A beleza do mistério, diante do qual a gente se extasia, se admira, se encanta… Estamos diante do mistério pascal. O mistério de um Deus que desce, que se inclina, que ama.”
Dom José destacou o sentido profundo da Ceia do Senhor, lembrando que, em cada Eucaristia, os fiéis são conduzidos ao mesmo momento sagrado vivido por Cristo e seus discípulos:
“A Eucaristia não se repete. Nós estamos lá com Jesus. Este gesto de Jesus, carregado de sentido, é portador de uma beleza que não se pode quantificar.”
A homilia ainda trouxe uma poderosa interpelação:
“Distantes dois mil anos de Jesus, é inconcebível que esta cena não nos impacte. Quem é esse homem? Que amor é este? E o amor é sempre belo. O mistério pascal é um mistério de amor, por isso ele é belo.”
Dom José Carlos concluiu sua homilia com um convite comovente à contemplação:
“Não deixemos de contemplar a beleza desta noite. A nossa primeira preocupação não deve ser entender, explicar, racionalizar… mas perceber a beleza de um Deus que desce, de um Jesus que se entrega, que se ajoelha para lavar os pés da humanidade. A beleza de um amor que não se cansa de nos alcançar.”
Ao final da celebração, o Santíssimo Sacramento foi transladado em procissão até o Centro Paroquial São João Paulo II, onde permaneceu exposto para adoração silenciosa dos fiéis até a meia-noite, em recordação da agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.
Fotos: Laura Tupinambá