
A Arquidiocese de Montes Claros realizou, no último sábado, 22 de novembro de 2025, o Encerramento do Ano Pastoral 2025, no Santuário Senhor do Bonfim, em Bocaiúva. O encontro, que aconteceu das 8h às 14h, reuniu presbíteros, diáconos, seminaristas e vocacionados, congregações e institutos religiosos, representantes de pastorais, movimentos, organismos e conselhos, além de escolas católicas, lideranças leigas e representantes de todas as paróquias. Logo na chegada, os participantes foram acolhidos com um café fraterno, seguido da celebração da Santa Missa.
O momento marcou o encerramento das atividades pastorais de 2025 e renovou o compromisso missionário de toda a Igreja que caminha em Montes Claros e no Norte de Minas.
A homilia de Dom José Carlos: radicalidade da fé e construção de uma “bela sinfonia”
Durante a Santa Missa, o arcebispo metropolitano, Dom José Carlos, dirigiu uma profunda reflexão à assembleia. Ele iniciou recordando a importância da presença e do compromisso de cada participante, afirmando que encontros arquidiocesanos não são eventos opcionais, mas expressão da unidade e da identidade de uma Igreja que se reconhece como família.
Ao celebrar a memória de Santa Cecília, padroeira dos músicos, e recordar Santa Luzia, Dom José refletiu sobre o testemunho dos mártires e sua entrega radical a Cristo. Destacou que a fé autêntica exige de cada cristão uma doação total — o “martírio de sangue”, quando necessário, mas também o “martírio de amor”, vivido no cotidiano por aqueles que gastam suas forças, talentos e vida inteira por causa do Evangelho.
O arcebispo enfatizou que “metade não serve” na vida de fé: tudo deve ser oferecido integralmente a Cristo. Essa entrega, afirmou, é o que dá sentido à vida cristã e torna o testemunho atraente para outros.
Sinodalidade: cantar juntos o “cântico novo”
Inspirado nos escritos de Santo Agostinho, Dom José apresentou a imagem da Igreja como uma “bela sinfonia”, formada por muitas vozes e expressões, que precisam buscar a harmonia para que o anúncio seja eficaz. O arcebispo sublinhou que não basta que alguns cantem bem; é necessário que todos caminhem juntos, corrigindo as “desafinações” e aprendendo a agir em comunhão, mesmo que isso exija tempo, paciência e conversão.
Esse caminho, explicou, é a essência da sinodalidade, tão pedida pela Igreja neste tempo: escutar, discernir e decidir juntos, sob a condução do Espírito Santo. Avançar sozinho, mesmo fazendo o bem, não é o método evangélico. “É melhor irmos devagar, mas juntos”, afirmou.
Dom José recordou também que a sinodalidade passa pela qualidade das relações entre o clero, os leigos e as comunidades. Chamou todos à construção de relações fraternas, respeitosas e exemplares, capazes de testemunhar ao mundo que entre nós circulam respeito, escuta, comunhão e caridade.
Relações fraternas como antecipação do Reino
Comentando o Evangelho e meditações de Santo Tomás de Aquino, o arcebispo lembrou que as relações humanas aqui na terra são sempre parciais e limitadas, mas precisam ser boas e construtivas, pois são preparação para a comunhão plena que viveremos em Deus. Por isso, convidou todos a gastarem tempo e energia para construir relações sadias, capazes de revelar a beleza da vida cristã.
Encerrando a homilia, Dom José Carlos fez um apelo: que a Arquidiocese seja cada vez mais capaz de oferecer um “belo testemunho de sinfonia”, onde cada batizado, segundo seu ofício e sua vocação, contribua com o melhor de si para a missão da Igreja.
Confira as fotos da Santa Missa:
Registro: Pascom Santuário Senhor do Bonfim
































