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Dom José destaca missão cristã na Justiça e na Segurança durante Jubileu na Arquidiocese

A Arquidiocese de Montes Claros celebrou o Jubileu da Justiça e das Forças de Segurança, um dos eventos inseridos na programação do Jubileu da Esperança – Ano Santo 2025, proclamado pelo Papa Francisco. A celebração reuniu homens e mulheres que dedicam sua vida ao serviço da Justiça e da Segurança Pública, além de inúmeros fiéis que se uniram em oração e ação de graças. O momento foi marcado de modo especial pela homilia de Dom José Carlos, que iluminou o sentido do Jubileu ao recordar que a missão de promover a justiça e defender a vida nasce de uma única identidade cristã — aquela que integra fé, serviço e compromisso com a dignidade humana.

Realizado no último sábado, 29 de novembro, o Jubileu da Justiça e das Forças de Segurança iniciou sua programação às 16h, com uma peregrinação que saiu da Igreja Santuário Senhor Bom Jesus em direção à Catedral Metropolitana de Montes Claros. O gesto expressou o movimento interior que acompanha todo peregrino: caminhar rumo ao encontro com Deus e renovar o compromisso com a missão recebida.

Ao chegarem à Catedral, os participantes puderam venerar a imagem fac-símile do Senhor do Bonfim de Bocaiuva, em um momento marcado por profundo silêncio orante. Diante da imagem do Cristo crucificado, cada fiel foi convidado a apresentar suas intenções, dores e esperanças, colocando aos pés do Senhor suas realidades pessoais e comunitárias. Após a veneração, todos foram convidados a acompanhar a apresentação da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais, realizada em frente à Catedral, enriquecendo o encontro com um momento de arte, respeito e devoção.

Santa Missa presidida por Dom José Carlos

O ponto alto do Jubileu foi a Santa Missa, presidida por Dom José Carlos de Souza Campos, Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, e concelebrada pelo padre Pedro Henrique da Cruz, Vigário Episcopal para a Ação Pastoral, e pelo padre Fernando José de Andrade, pároco da Catedral. Serviram também na celebração os diáconos Giovani Siervi Andrade e Matheus Rodrigues Lopes. A celebração reuniu servidores públicos, autoridades civis e militares, operadores do Direito e representantes de diversas instituições que, unidos como Igreja, agradeceram a Deus pelo dom do serviço e pelo compromisso com a justiça como expressão concreta do amor cristão.

Em sua homilia, Dom José Carlos iniciou expressando grande alegria por reunir, na casa do Senhor, representantes das instâncias de Justiça e das Forças de Segurança para celebrar o Jubileu da Encarnação no início do Advento. Ele acolheu juízes, promotores, advogados, servidores, policiais, bombeiros e todos os profissionais que atuam nessas áreas, lembrando que cada um leva para o seu serviço a fé que professa. Não há duas vidas — uma “religiosa” e outra “profissional” —, mas uma só identidade: somos homens e mulheres de fé que agem no mundo a partir dessa fé.

Ao introduzir o tempo do Advento, simbolizado pelas quatro velas da coroa, o arcebispo explicou que se trata de um período de iluminação interior, marcado por contínua conversão, pessoal e comunitária. Inspirado na Carta aos Romanos, recordou que “a noite vai adiantada e o dia vem chegando”: caminhamos rumo ao encontro definitivo com Cristo, Aquele que já veio na carne e virá novamente na glória para instaurar a plenitude do Reino.

A verdadeira conversão, afirmou Dom José, consiste em “despojar-se das obras das trevas” e “vestir as armas da luz”, revestindo-se de Cristo não apenas exteriormente, como no símbolo da veste branca do Batismo, mas interiormente, assumindo gradualmente a mente, o coração e as virtudes de Cristo. Esse é o caminho que os discípulos percorrem enquanto vivem no mundo.

O arcebispo aprofundou essa esperança escatológica à luz do Evangelho de Mateus. Assim como nos dias de Noé, a vinda do Filho do Homem será inesperada, e haverá dois destinos: uns serão levados, outros ficarão. No juízo final, os que estiverem à direita ouvirão: “vinde, benditos de meu Pai”, enquanto os da esquerda serão afastados. Essa realidade futura não deve gerar medo, mas despertar para a vigilância, a fidelidade e uma vida coerente com o Evangelho. Quem ama Cristo — citando Santo Agostinho — não teme sua vinda, mas a deseja.

Em seguida, Dom José aplicou essa mensagem diretamente aos profissionais presentes. Ele afirmou que cada gesto, decisão e postura no trabalho pode fazer crescer o Reino de Deus ou, ao contrário, impedi-lo. Por isso, aqueles que atuam na Justiça e na Segurança exercem missões que são, em si, “coisas de Deus”: fazer justiça e proteger vidas refletem atributos do próprio Deus, que é justo e é a segurança de Seu povo. Embora o exercício dessas funções seja difícil e desafiador, o Jubileu oferece a graça necessária para que continuem realizando seu serviço com retidão, dignidade e fé.

Dom José concluiu sua fala convidando todos a avançarem com alegria rumo ao “dia glorioso” da vinda do Senhor, esperando ser contados entre aqueles que estarão com Ele para sempre. Que o Advento apresse a conversão dos corações e, ao chegar o Natal, todos se encontrem ainda mais profundamente revestidos do Cristo Senhor.

Palestra e confraternização encerram o encontro

Após a celebração eucarística, os participantes acompanharam a palestra do Dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, Advogado e Assessor Jurídico da Nunciatura Apostólica no Brasil e da CNBB, que abordou o tema “Acordo Brasil e Santa Sé”. A reflexão trouxe luz sobre aspectos jurídicos e institucionais da relação entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro.

Em seguida, um momento de confraternização reuniu os participantes em um café fraterno, favorecendo o diálogo, a comunhão e o fortalecimento dos laços entre aqueles que servem à sociedade por meio da Justiça e da Segurança. O Jubileu foi encerrado com um momento de oração e bênção final.

Fotos: Pascom Catedral e Coordenação do Jubielu

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