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Encontro Arquidiocesano da Pascom 2025 reforça missão, organização e espiritualidade da comunicação na Igreja

A Arquidiocese de Montes Claros realizou, nos dias 13 e 14 de dezembro, o Encontro Arquidiocesano da Pastoral da Comunicação (Pascom) 2025, na Casa de Pastoral Santo Antônio, em Montes Claros/MG. Com o tema “Missão e organização da Pastoral da Comunicação”, o encontro reuniu quase 70 agentes da comunicação de diversas paróquias e foranias, promovendo formação, espiritualidade, partilha de experiências e fortalecimento da ação evangelizadora da Pascom.

O encontro contou com a assessoria do Pe. Tiago José Síbula da Silva, assessor da Comissão Episcopal para Comunicação Social da CNBB e mestre em Comunicação Social, que conduziu as conferências e reflexões ao longo da programação.

A importância do encontro para a vida pastoral

Em entrevista durante o evento, Pe. Tiago destacou a importância do encontro anual da Pascom como um espaço essencial para a vida eclesial. Segundo ele, o primeiro aspecto fundamental é a alegria do encontro.

“Encontrar-se é muito importante nessa vida corrida que vivemos, com tantas atividades. A Pascom não é uma pastoral de fazer coisas, mas uma pastoral de evangelização”, afirmou.

O assessor ressaltou ainda que a formação permanente é uma das dimensões centrais da Pascom.

“Uma das dimensões da Pastoral da Comunicação é justamente a formação. Para um serviço bem feito ao Evangelho e à evangelização, é necessário que nós nos preparemos. Por isso, esse encontro anual é um momento de graça, de bênção e é aquilo que a Igreja espera para o terceiro milênio: uma Pascom que se encontra, se forma e anuncia o Evangelho”, destacou.

Missão, organização e pastoral de conjunto

Pe. Tiago explicou que o tema deste ano surgiu a partir de um pedido dos próprios coordenadores da Pascom, reforçando a necessidade de refletir sobre a organização pastoral.

“A partir da realidade local de Montes Claros, quisemos apresentar a importância da pastoral de conjunto, da pastoral orgânica. Não existe uma pastoral isolada”, explicou.

Segundo ele, a Pastoral da Comunicação deve ser compreendida como uma pastoral transversal, presente em todos os espaços da Igreja.

“A Pascom é a pastoral do ser e do estar nos ambientes comunicacionais. Ela deve perpassar todas as outras pastorais, movimentos e serviços”, afirmou.

Durante as formações, também foram trabalhadas as quatro dimensões da Pascom, encerrando com uma forte mensagem espiritual.

“Cuidarmos uns dos outros, como Jesus cuidou de nós, como o Bom Pastor. Que sejamos bons pastores, cuidando de cada pessoa que procura a Igreja, para que ela seja uma casa de acolhida e uma escola de comunhão”, completou.

Acolhida, proximidade e comunicação de histórias

Ao falar sobre sua experiência com os agentes da Pascom de Montes Claros, Pe. Tiago destacou a acolhida recebida e a importância da proximidade no processo comunicacional.

“O povo mineiro é um povo muito acolhedor, e aqui em Montes Claros não foi diferente. Fui muito bem acolhido”, disse.

Inspirado pelo magistério do Papa Francisco, o assessor ressaltou a importância de ir ao encontro das pessoas e valorizar suas histórias.

“Nós precisamos comunicar mais histórias. Temos muitas informações, mas poucos testemunhos. Quando partimos da realidade local e da história das pessoas, a comunicação e a formação se tornam muito mais palpáveis”, concluiu.

Formação, oficinas e envio missionário

A programação do encontro teve início no sábado à tarde, com momentos de oração, conferências e trabalhos em grupo. À noite, os participantes participaram de oficinas temáticas, abordando temas como marketing de conteúdo, novas tecnologias e Campanha da Fraternidade.

No domingo, o encontro foi marcado pela apresentação dos trabalhos, avaliação, encaminhamentos para o ano pastoral de 2026 e pela Santa Missa com bênção de envio, reafirmando a missão dos agentes da Pascom como comunicadores do Evangelho.

Na Santa Missa de encerramento do Encontro Arquidiocesano da Pascom 2025, o Pe. George Luis, coordenador do Secretariado para a Comunicação, conduziu a homilia refletindo sobre o tempo do Advento como um caminho de esperança, alegria e preparação para a vinda do Senhor.

Logo no início, o sacerdote recordou que a Igreja vive um tempo de expectativa semelhante à de quem, após uma longa caminhada, já consegue avistar a cidade: “Nós estamos quase chegando. O Natal está próximo, mas ainda estamos em caminho”. Para ele, a vida cristã e a missão pastoral não podem ser vividas com pressa ou ansiedade, pois “o cristão não corre contra o tempo; ele caminha confiando”.

Inspirando-se nas leituras do dia, Pe. George comparou o trabalho pastoral à experiência do agricultor, destacando que “a paciência cristã não é passiva, mas ativa”. Segundo ele, é preciso semear, cuidar e esperar, conscientes de que “nós plantamos, regamos, mas é Deus quem faz crescer”. Essa atitude, afirmou, ajuda a Igreja a não se deixar levar pela lógica do imediatismo.

Ao comentar o profeta Isaías, o presbítero sublinhou a missão de fortalecer os que caminham: “Fortalecei as mãos cansadas, firmai os joelhos vacilantes e animai os corações abatidos”. Para Pe. George, essa exortação revela que “a alegria cristã nasce da coragem e da confiança em Deus, mesmo quando o caminho é difícil”.

Refletindo sobre o Evangelho, destacou que Jesus se revela não por discursos, mas por sinais concretos: “Jesus não responde com palavras bonitas, mas com gestos que devolvem vida, dignidade e esperança”. Nesse sentido, alertou para o risco de uma fé vivida de forma automática: “Quando vivemos no automático, deixamos de perceber a ação de Deus no nosso dia a dia”.

Dirigindo-se especialmente aos agentes da Pastoral da Comunicação, Pe. George ressaltou que a missão da Pascom nasce do encontro pessoal com Cristo: “Só consegue anunciar quem antes se encontrou com Jesus”. E concluiu lembrando que comunicar o Evangelho é, antes de tudo, testemunhar: “A comunicação da Igreja deve humanizar, gerar vida e promover comunhão”.

Encerrando, convidou os participantes a seguirem a missão com paciência, alegria e esperança, confiantes de que Deus conduz a caminhada e sustenta o serviço evangelizador da Pascom em toda a Arquidiocese.

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