Com ramos nas mãos centenas de fiéis se concentraram em frente da Igreja São José, no Bairro São José, em Montes Claros, para participar do início da Missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.
A celebração, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, D. José Carlos de Souza Campos, teve início com a benção dos ramos e a proclamação do Evangelho segundo Marcos (Mc 11, 1-10). Em seguida, foi realizada a procissão em direção à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, Montes Claros.
Durante a homilia, D. José Carlos falou sobre a liturgia do Domingo de Ramos que revive, no Evangelho, a Paixão de Cristo. De acordo com o arcebispo a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor é paradoxal. “Esse domingo nos põe diante do paradoxo; triunfo e paixão, altos e baixos, aplausos e cruzes. Este é o mistério paradoxal na vida de Jesus, e este é o mistério paradoxal na nossa vida e diante deste mistério somos chamados a aprender alguma coisa”.
D. José Carlos prosseguiu apontando três ensinamentos importantes da Paixão do Senhor: a humildade, o silencio e as proximidades.
Humildade
A humildade é o primeiro ensinamento da Paixão do Senhor, destacou o arcebispo.
“Ser humilde não é optar pela humilhação porque o humilde que Deus cuida não sairá humilhado”, afirmou D. José Carlos, citando um dos versículos da primeira Leitura, onde o Profeta Isaias diz: “não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado” (Is 50, 7).
O arcebispo ressaltou que somos convidados a ser humildes. Segundo D. José Carlos, “o humilde é aquele que abre mão de toda onipotência, de toda pretensa importância, de todo olhar privilegiado sobre si. O humilde é aquele que reconhece a sua condição. Nós somos criaturas, vulneráveis, falíveis, impotentes e ser humilde é reconhecer isso”.
Silêncio
O que se destaca no relato da Paixão do Evangelho de Marcos, proclamado na liturgia deste ano, são os silêncios de Jesus, observou D. José Carlos. “Jesus fala pouco quando sofre. Este é o convite que a liturgia também nos faz; mergulhar no silêncio. Sobretudo, quando nos toca o mistério do sofrimento, da dor, da morte”.
Para o arcebispo, o silêncio é condição para escutar Deus. “O silêncio tem uma força, o silêncio tem um mistério, o silêncio tem um poder. É no silêncio que nós escutamos os outros e mais ainda, é no silêncio que nós escutamos Deus”.
Proximidades
“No caminho da cruz de Jesus houve quem se ocupasse dele”, afirmou D. José Carlos, ao apontar três pessoas que se aproximaram de Jesus no caminho rumo ao Calvário: Simão de Cirene, Verônica e a Virgem Maria.
Foram “proximidades silenciosas”, enfatizou o arcebispo, “onde a presença fala por si mesma”.
“Simão falou com a sua força, Verônica falou com a sua delicadeza, Maria falou com o seu olhar”.
Ao fim da reflexão, D. José Carlos pediu aos fiéis para não desistirem de viver a Semana Santa. “Esta semana é para nós nos mergulharmos no mistério de Deus. Precisamos ir com o Senhor para morrer com ele e ressuscitar com ele”. Concluiu.
Fotos: Pascom - Catedral de Montes Claros