Na noite da última quinta-feira, 10 de abril, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida acolheu a celebração da Missa da Unidade, também conhecida como Missa do Crisma ou Missa dos Santos Óleos, um dos momentos mais significativos da caminhada litúrgica rumo à Páscoa do Senhor. Realizada tradicionalmente na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa da Unidade em Montes Claros acontece uma semana antes, por motivos pastorais, especialmente devido à extensão territorial da Arquidiocese. A celebração, que une ministros ordenados, consagrados e leigos, é expressão concreta da unidade eclesial, da comunhão fraterna e do compromisso missionário que marca a vida da Igreja.
A Missa foi presidida por Dom José Carlos de Souza Campos, arcebispo de Montes Claros, e concelebrada por Dom José Alberto Moura, arcebispo emérito, juntamente com cerca de 140 padres diocesanos e religiosos. Estiveram também presentes mais de 40 diáconos permanentes, seminaristas, religiosos e religiosas, além de numerosos fiéis leigos e leigas de diversas paróquias da Arquidiocese.
Homilia: Igreja em saída e presença de esperança
Dom José Carlos iniciou sua homilia saudando o povo de Deus “em suas diversas vocações, carismas e ofícios”, destacou a beleza e a profundidade espiritual da Missa da Unidade. “É uma celebração que manifesta, de forma visível, a comunhão entre o bispo, os padres e todo o povo de Deus. É também um sinal de esperança, pois a Igreja continua viva e presente na vida do povo por meio da ação pastoral, missionária e sacramental de seus ministros e comunidades”, afirmou.
Dirigindo-se com carinho especial aos sacerdotes e diáconos, Dom José expressou profunda gratidão pelo serviço pastoral, especialmente junto aos pobres e sofredores. Agradeceu o empenho e a perseverança de cada um e reforçou a importância de “cuidar uns dos outros”, valorizando a fraternidade presbiteral e combatendo a indiferença, o isolamento e a inveja.
O arcebispo, dirigindo-se de modo especial aos presbíteros, ressaltou ainda a importância da fidelidade vocacional: “Renovar as promessas sacerdotais é reacender em nós a chama da missão. Não estamos sozinhos. Somos enviados por Cristo, ungidos para anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os corações feridos e proclamar o tempo da graça do Senhor.”
Dom José Carlos também convidou todos a viverem a dimensão sinodal da Igreja. “Somos chamados a caminhar juntos, como povo de Deus em missão, sem excluir ninguém, com escuta atenta, discernimento constante e abertura ao Espírito Santo. A unidade não é uniformidade, mas comunhão na diversidade”, explicou.
O arcebispo concluiu sua homilia recordando o Ano do Jubileu, e a necessidade de renovar a esperança. “Somos uma Igreja peregrina da esperança. Onde há desesperança, sejamos sinais do Reino. Onde há dor, sejamos presença de consolo. Onde há desânimo, sejamos servidores da alegria do Evangelho”, disse.
Renovação das promessas sacerdotais e bênção dos santos óleos
Após a homilia, um dos momentos mais marcantes da Missa foi a renovação das promessas sacerdotais, quando os presbíteros e diáconos reafirmaram, diante do bispo e da assembleia, os compromissos assumidos no dia de sua ordenação. A renovação é um sinal forte de fidelidade à missão confiada e de unidade do clero com o seu pastor.
Na sequência, Dom José Carlos realizou a bênção dos óleos dos catecúmenos (utilizado no Sacramento do Batismo) e dos enfermos (utilizado na Unção dos Enfermos), bem como a consagração do óleo do Crisma, empregado nos sacramentos do Batismo, Crisma e Ordem. Esses óleos sagrados serão utilizados ao longo de todo o ano nas celebrações sacramentais realizadas nas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
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Fotos: Laura Tupinambá
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