O caminho da liberdade interior

“Se não tens liberdade interior, que outra liberdade esperas ter?” (Arturo Graf)

A nossa história de vida marca e deixam raízes, dores e vai construindo ao longo da existência o nosso perfil. Assim, trazemos a reflexão da necessidade da liberdade interior, sem a qual em muitas áreas da vida somos e agimos de forma imatura. Cada ser humano tem sua historia, sendo esta rica e única. Muitos foram tão amados e muitos se sentiram tão amados; outros se viram abandonados e desamparados. E muitas dessas experiências marcaram profundamente os caminhos e as escolhas. O passado não define o que o ser humano é ou será, mas o impacta e exige dele um posicionamento. Alguns agem como eternas vitimas e seu sofrimento interior os impede de avançar; outros auto-suficientes permitem que a arrogância crie uma barreira que dificulta sua convivência e seu aprendizado. Então qual é o posicionamento mais adequado?

O primeiro aspecto primordial é saber o que você de fato é. Quem é você? É uma pergunta que pode assustar a muitos, talvez por não se conhecerem bem, ou ainda por não se aceitarem como são. Quando não sabemos e não conhecemos bem quem somos, podemos ir assumindo as vontades e as escolhas dos outros como sendo nossas. Nesta postura o que o outro diz pode se tornar uma verdade, e corremos o risco de nos tornar como folhas levadas ao vento, portanto podemos ser levados para situações que não gostaríamos. Deixar os outros fazer nossas escolhas, ou escolher não escolher, é estar apto a sofrer com as conseqüências. Assim, não somos pessoas livres.

Outro aspecto é que muitos não se aceitam como são. Criaram um ideal de si e acabam se idealizando demais. É importante se conhecer para saber seus pontos fortes e fracos e se aceitar como pessoa e a partir de sua realidade propor melhorias. Tem gente que não se dá valor e acaba se inferiorizando e reforça sua baixa estima. Tem gente que supervaloriza a si, “se acha”, e reforça seus comportamentos egocêntricos. Assim, não são livres e estão como reféns de suas prisões interiores. Logo, o posicionamento de ser o que se é, tendo uma consciência de suas potencialidades e limitações nos ajudam a libertar da prisão interior. Este posicionamento de liberdade interior, atitude positiva, nos amadurece e nos torna em constante crescimento pessoal. É um posicionamento que nos coloca na trilha da liberdade interior.

Avançando no itinerário da liberdade interior o próximo passo é a etapa de nos amarmos como somos. Aqui, passamos a ser mais leves conosco e consequentemente com os outros; damos conta de rir de nossos erros e aprender muito com eles, sem ficarmos presos ao sentimento de culpa; ampliamos nossa capacidade de admirar os outros, especialmente porque desenvolvemos em nós a capacidade de nos admirarmos; alcançamos o sentimento nobre da misericórdia para com os outros, e deixamos de ser tão pesados em nossos julgamentos e nossos olhares, porque reconhecemos que cada um traz em si a beleza de filho de Deus, com toda sua potência, mas a miséria de ser humano com todas as suas imperfeições. E não importa o que nos dizem, porque sabemos quem somos. Neste nível de liberdade interior o julgamento e a incompreensão do outro já não conseguem nos desestabilizar, porque sabemos quem de fato somos.

Enfim, quando conseguimos ser o que verdadeiramente somos, e atingimos essa liberdade interior, aproximamos mais do projeto de Deus para nós. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, porém a imagem e semelhança ficam escondidas atrás das “mentiras” que construímos e se tornam nossas prisões interiores. Porém temos o caminho da verdade e da liberdade interior para trilhar, pois como disse Jesus “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8,32. Então, onde se encontra no caminho da liberdade interior?

Autores:  Gregório Ventura e Eliane Ventura

Compartilhar

Categorias