O último adeus a Frei Valdo

Milhares de pessoas passaram pela Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Montes Claros, para o último adeus ao Padre Valdomiro Soares Machado, “Frei Valdo”, nesta quarta-feira, 23 de julho.

O sacerdote morreu na terça-feira, 22, aos 76 anos de idade, após lutar contra um câncer agressivo no pâncreas e no fígado.

Desde às 09h, quando teve início o velório na Catedral, o local permaneceu repleto de fieis, para prestar homenagem ao frei que conquistou corações por onde passou. Três Missas de corpo presente foram celebradas na Catedral. A primeira, às 09h30, foi presidida pelo Pe. Jair Pereira da Silva, Vigário Episcopal para a Ação Social. Ao meio-dia, foi celebrada a segunda Missa, presidida pelo Pe. Donil Alves Silva Junior, o sacerdote era primo de Frei Valdo.

A última Missa foi celebrada às 14h30. A celebração, com o rito das Exéquias, foi presidida pelo Arcebispo de Montes Claros, Dom José Carlos, e concelebrada por vários sacerdotes do clero arquidiocesano. Em suas primeiras palavras, Dom José Carlos afirmou que “na Eucaristia celebramos a certeza da vitória final”.

O remédio para a morte é a fé

Na homilia, o Arcebispo expressou a sua gratidão pela presença abundante dos fieis na Catedral, “certamente vidas tocadas pela vida de Frei Valdo”, afirmou. Dom José Carlos também agradeceu aos que cuidaram do frei durante a sua enfermidade, em especial aos seus familiares que não mediram esforços para estarem presentes em seus últimos dias de vida.

“Eu já tinha ouvido dele, muitas vezes, quanto ele os amava, mas pude ver também o quanto que vocês, os familiares dele, o amaram. Isto é sinal também de que ali houve um afeto bonito que levou uns a cuidarem dos outros”.

“O remédio para a morte é a fé”, destacou Dom José Carlos, ao discordar do proverbio: “há remédio para tudo nesta vida, só não há remédio para morte”. “Há remédio sim para a morte e nós cremos nisto, esta é a nossa fé, este é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Estamos aqui porque sabemos e cremos, com a certeza da alma e do coração, que esse nosso irmão vive. Vive porque creu, creu e ensinou, e é isto que nós celebramos nesta eucaristia”.

Dom José Calos via em Frei Valdo, um homem apaixonado pelo sacerdócio, profundamente identificado com o culto e a liturgia. “Era literalmente padre por fora e por dentro. por fora, porque sempre gostou, e isso tem o seu valor, dos paramentos bonitos que o identificavam como aquele que preside, mas também levava consigo um coração sacerdotal que acolhia, abraçava”. Para o Arcebispo, Frei Valdo é um exemplo para todo o clero da Arquidiocese de Montes Claros, pois soube viver bem o que é próprio do sacerdócio.

Amigo de todos

Sacerdote dedicado àquilo e aqueles a quem Cristo amou por excelência e preferencialmente. Frei Valdo foi amigo de todos, enfatizou Dom José Carlos. “Era amigo de todos. Eis-nos aqui, gente de todas as classes sociais, amigo de todos, das vidas bem-sucedidas, mas também amigo e cuidador das vidas malsucedidas, sobre as quais ele colocou nesses últimos anos o seu afeto, o seu esforço, o seu nome, a sua cara”.

O cuidado de Frei Valdo com os mais vulnerais se expressou de forma especial na Fazenda da Solidariedade. A instituição pensada e sonhada por ele, começou a dar os primeiros passos em 2008, com a implantação da Associação Banco da Solidariedade. Dom José Carlos citou a Fazenda da Solidariedade como “um lugar onde a vida vulnerabilizada, a vida que experimenta, por um momento, o fracasso e a falência, essa vida é cuidada, cuidada com amor”.

Frei Valdo nos deixa um belo legado, um belo testemunho de homem de Deus, de homem da igreja, de ministro de Deus. De acordo com o Arcebispo de Montes Claros, “ele soube oferecer o melhor de si para aquilo que Deus o chamou a fazer nesse mundo e na Igreja; ser padre. Ser padre com um coração profundamente simples, franciscano, como foi o coração dele. Nunca se esqueceu desse pedaço bonito da vida que ele passou junto aos franciscanos conventuais”.

Dom José Carlos concluiu a sua homilia convidando os sacerdotes da Arquidiocese de Montes Claros a celebrarem as Missas deste domingo, 27 de julho, na intenção de Frei Valdo e na segunda, 28, a Missa de Sétimo Dia. “Rezar pelos mortos nos faz pensar que há um lugar e uma eternidade onde eles estão vivos”, afirmou o Arcebispo.

Ao final da Missa, Dom José Carlos realizou o rito das Exéquias. Após a celebração, o corpo de Frei Valdo foi levado em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros até o Distrito de Nova Esperança, onde foi sepultado ao lado da mãe, no cemitério local.

O percurso até o local do sepultamento passou em frente às igrejas São José Operário e Santos Reis, onde os antigos paroquianos de Frei Valdo também puderam expressar as suas últimas homenagens.

Confira as imagens da Missa com Exéquias

Transmissão da Missa em sufrágio da alma de Frei Valdo:

 

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