No início da tarde desse domingo (26), dia que a Igreja celebrou a memória de São Filipe Néri, chamado até hoje de Santo da alegria e da caridade, o arcebispo de Montes Claros, dom João Justino de Medeiros Silva, presidiu as exéquias de Maria Juliana Wandekeybus, nome de batismo da religiosa conhecida por todos como irmã Veerle. Sua vida integralmente foi dedicada aos enfermos desde que chegou ao Brasil. Aos 82 anos de idade, depois de servir por mais de meio século à Santa Casa de Montes Claros, irmã Veerle, considerada por muitos como a “mãe” dos pobres, realizou sua missão e sua vocação, vivendo verdadeiramente seu ministério.
Concelebrada pelo arcebispo emérito, dom José Alberto Moura, pelos padres Gledson de Miranda Assis, Ildomar Fonseca e por Monsenhor Silvestre de Melo, e, servida pelo diácono permanente, Fernando Veloso, a celebração eucarística lotou a capela do Colégio Imaculada, dedicada à Nossa Senhora da Conceição.
Na homilia pontuou dom João Justino: “Acredito que o versículo 23, do Evangelho desse domingo (Jo 14, 23-29), resume a vida da irmã Veerle. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”. Repetiu o arcebispo explicando o versículo em seguida.
“Todos vocês a conheceram melhor do que eu. Mas eu tive a oportunidade de conviver com ela. Percebi que a irmã Veerle viveu a experiência do amor a Cristo e guardou sua palavra no coração, na origem de sua vocação. E isso a fez desempenhar tão bem sua missão no Brasil, sobretudo, em Montes Claros quando chegou em 1968. Ela colocou sua vida a serviço do outro, realizando seu trabalho na Santa Casa. Seu jeito belga de ser, misturava-se com a belga-brasileira que foi se tornando. Ela fez morada do Pai em seu coração, pois guardava a sua palavra. Na fé a entregamos definitivamente nas mãos do Pai, na esperança da ressurreição. E nesse sentido, ela deixou uma herança para todos nós. Mostrou que a palavra do Senhor é possível de ser realizada em nós, porque ela foi testemunha, demonstrou com a sua vida todo o amor que nutria ao próximo”.
A celebração de morte também tem um sentido vocacional, disse o arcebispo, encerrando sua homilia: “Não basta elogiar sua trajetória, reconhecer todo o bem que ela fez. É preciso perceber que a resposta que a irmã Verlle deu ao evangelho de Cristo, nos toca enquanto um chamado a todos nós – Oxalá! Que o Senhor nos brinde com muitas outras irmãs Veerle! Desde que aqui cheguei, Deus chamou três santos de Montes Claros: padre Henrique, madre Angélica e agora, irmã Veerle. Esta é a terra que muitos santos escolheram viver! Tantos outros santos nomináveis e anônimos, que nos impulsionam a olhar para o Mistério de Cristo e fortalecer a nossa fé. É possível viver na simplicidade e pobreza que o Senhor nos pediu”, encerrou dom João Justino pedindo um momento de silêncio para uma reflexão de tudo que fora dito, nesse momento, ouviam-se apenas soluços baixos de corações que ali despediam da caridosa religiosa.
Ao final, dom José Alberto aspergiu o corpo da religiosa e dom Justino deu a benção final. Indicando que ainda deveria se cumprir o último ato, o sepultamento. A religiosa da Congregação do Sagrado Coração de Maria de Beerlar, depois de 57 anos de total entrega e doação, foi levada para o Cemitério do Bonfim, em Montes Claros.
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