O Retiro dos Presbíteros da Arquidiocese de Montes Claros de 2024, realizado entre os dias 26 e 29 de agosto, reuniu mais de 90 sacerdotes, juntamente com o arcebispo Dom José Carlos de Souza Campos e o arcebispo emérito Dom José Alberto Moura, no Clube Campestre Pentáurea, em Montes Claros. O pregador do retiro foi Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória-ES, que conduziu os participantes em uma rica e inspiradora reflexão sobre o encontro pessoal com Cristo e a missão que cada um carrega como servo de Deus.
Dom Andherson conduziu suas reflexões destacando a necessidade de cada sacerdote reencontrar-se com Jesus Cristo de maneira profunda e pessoal. Ele ressaltou que o retiro é um tempo oportuno para apresentar ao Senhor a própria realidade de cada um, permitindo que Cristo guie seus corações para o verdadeiro tesouro: a Sua presença e palavra. “O meu intuito em vir e partilhar com os irmãos e Dom José Carlos neste retiro foi apresentar uma reflexão bíblica do encontro com Jesus Cristo, que nos convida a segui-Lo”, afirmou Dom Andherson, enfatizando que a missão confiada a cada sacerdote deve ser vivida à luz dessa relação íntima com Cristo.
“Então, nós partimos de apresentarmos ao Senhor a nossa própria realidade, pedindo a Ele que nos conduza o coração para o lugar do nosso maior tesouro, que é a Sua presença e palavra”. (Dom Andherson)

O bispo auxiliar também comparou o percurso espiritual dos presbíteros ao caminho dos discípulos de Emaús, que tiveram seus corações aquecidos ao reconhecerem Jesus. “Dialogando com a nossa própria realidade, a realidade do mundo ao nosso redor, pedimos ao Senhor as luzes que venham do alto”, disse Dom Andherson, reforçando a importância de os sacerdotes se deixarem conduzir por Cristo, fugindo das distrações que afastam do verdadeiro propósito da missão.
“A possibilidade de partilhar com os irmãos aqui, de escutar as suas realidades, seus desafios e esperanças, foi profundamente enriquecedora, pois todos nós somos convidados a, escutando o apelo do Mestre que nos convida a segui-Lo, acolhê-Lo e deixarmo-nos conduzir pelo próprio Jesus, que nos forma aos Seus pés, como Seus discípulos missionários, fugindo da multidão que muitas vezes se perde na procura de sinais ou milagres ou o próprio pão. Os discípulos voltam com Jesus para casa, são formados aos Seus pés e são enviados para distribuírem com largueza, generosidade e compromisso onde estão aquilo que do Senhor recebe”. (Dom Andherson)
Para Dom Andherson, o retiro não foi apenas um momento de compartilhar suas reflexões, mas também uma oportunidade de crescimento espiritual pessoal. Ele destacou a importância de rezar a própria vocação, tanto no chamado batismal quanto no ministério episcopal, renovando o compromisso de seguir a Cristo:
“Este encontro e este retiro foi uma oportunidade também para mim de rezar profundamente minha vocação batismal, a vocação como discípulo de Cristo chamado que recebi na igreja. E recentemente, há dois anos e meio, no Ministério do Serviço Episcopal. A presença do Senhor aqui, a confiança dos irmãos, a partilha generosa, tudo isso foi espaço de crescimento e concluímos o nosso retiro pedindo ao Senhor a graça de, neste caminho sinodal proposto pelo Papa, termos a coragem de caminharmos juntos, iluminados pela luz que vem do alto, que é o próprio Cristo”. (Dom Andherson)
Dom José Carlos ressaltou a importância de manter viva a referência primária da vocação presbiteral: o chamado de Deus. Para ele, o retiro é um momento crucial para retornar às fontes da fé, renovar o “sim” inicial e fortalecer a convivência fraterna entre os sacerdotes. “Estar juntos aqui nesses dias, nós somos mais de 90 padres aqui reunidos, isso é um belo sinal”, destacou o arcebispo, sublinhando a relevância do retiro como um momento de comunhão e testemunho presbiteral.
“Na nossa vida, no nosso Ministério Presbiteral, no nosso Ministério Ordenado, é muito importante não perder a nossa referência primária. Qual é a nossa referência primária? Nós fomos chamados. Fomos chamados por alguém, fomos chamados por Deus. Esse é o nosso ponto inicial e, digamos, esse é o nosso motivo para servir e esse é o nosso ponto final. Nós vivemos o nosso Ministério em vista de ajuntar e caminhar com o nosso povo na direção de Deus.” (Dom José Carlos)
Além de ser um tempo de renovação espiritual, o retiro também proporcionou um espaço de convivência fraterna entre os presbíteros. Dom José Carlos destacou a importância da comunhão e da sinodalidade na missão da Igreja. “No caminho da missão, a comunhão, a sinodalidade, a nossa convivência presbiteral é um testemunho que podemos dar e devemos dar”, afirmou, destacando o valor do testemunho de unidade que os sacerdotes demonstraram durante os dias de retiro.
“Apesar das diferenças, apesar das tendências, apesar do jeito próprio de cada um, nós conseguimos estar juntos, rezar juntos, comer juntos, conviver. Este, certamente, é um grande dom, um grande presente, um grande testemunho que, mesmo aqui, guardados no meio desse belo lugar, nossa diocese consegue perceber de alguma forma.” (Dom José Carlos)
O Retiro dos Presbíteros 2024 foi, assim, um marco na vida da Arquidiocese de Montes Claros, fortalecendo não apenas a vocação e a espiritualidade dos sacerdotes, mas também a comunhão e a unidade da Igreja local. Este encontro anual continua sendo uma fonte de inspiração e renovação, capacitando os presbíteros a seguir firmes em sua missão de guiar o povo de Deus.
“Que as nossas comunidades continuem rezando por nós para que também a experiência anual do retiro converta, ainda mais, o nosso coração na direção e na medida certa, a medida de Jesus.” (Dom José Carlos)