
A Arquidiocese de Montes Claros realizou, no dia 1º de novembro de 2025, o Jubileu dos Universitários, reunindo estudantes, professores e colaboradores das instituições de ensino superior da cidade para um momento de fé, reflexão e comunhão. A celebração integrou a programação do Ano Jubilar da Arquidiocese, em sintonia com o Jubileu da Esperança 2025, convocado pelo Papa Francisco.
A programação teve início às 14h30, com a concentração na Capela do Colégio Imaculada Conceição. Às 15h, houve uma catequese conduzida por Dom José Carlos, Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, que refletiu sobre o papel da esperança cristã na vida acadêmica e o compromisso dos universitários com a verdade, a ética e o bem comum. O momento foi marcado por partilha, alegria e interesse dos acadêmicos presentes, que acompanharam com atenção as palavras e reflexões do arcebispo.
Após a catequese, os participantes seguiram em peregrinação até a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em um gesto simbólico de caminhada de fé e unidade com toda a Igreja. Participaram ativamente do encontro a Pastoral Universitária e o movimento Universidades Renovadas, que animaram os momentos de oração e espiritualidade ao longo da programação.
Santa Missa na Catedral de Montes Claros
O momento culminou com a Celebração da Santa Missa Jubilar, às 17h, presidida por Dom José Carlos e concelebrada pelo padre Fernando José de Andrade, pároco da Catedral, e pelo padre Gledson Eduardo de Miranda Assis, Assessor Eclesiástico da Pastoral Universitária. A celebração também foi auxiliada pelo diácono Matheus Rodrigues Lopes, e a liturgia da Missa foi da Solenidade de Todos os Santos, recordando a vocação universal à santidade e o chamado de cada cristão a viver a esperança no testemunho cotidiano.
Durante a homilia da Solenidade de Todos os Santos e do Jubileu dos Universitários, Dom José Carlos refletiu sobre a vocação à santidade e o valor do saber humano como caminho de realização da vontade de Deus.
Logo no início, o arcebispo destacou a alegria de reunir a comunidade acadêmica dentro do caminho jubilar, reconhecendo o papel dos universitários que “vivem a experiência fascinante de mergulhar no conhecimento humano, no conhecimento já produzido e no conhecimento que eles mesmos poderão e deverão gerar para o futuro”.
Ao comentar o sentido da festa de Todos os Santos, Dom José recordou que não se trata apenas de pensar no final da vida, mas também no que somos chamados a ser ao longo do caminho. “Se Deus é santo e nos criou, nos criou para sermos santos”, afirmou. Ele explicou que a peregrinação humana é marcada pela conversão e pela sede de Deus, até que sejamos colocados na “grande comunidade onde o Cordeiro é contemplado para sempre”.
Inspirando-se em São Bernardo, destacou que os santos não precisam de nossos elogios, homenagens ou devoção, pois “eles já atingiram a sua medida de perfeição”. Segundo o arcebispo, “somos nós que precisamos deles”, porque celebrar os santos significa celebrar “a nossa vocação final e o nosso esforço atual de progredir na direção da santidade”.
Durante a homilia, Dom José também dirigiu palavras especiais aos universitários, refletindo sobre o valor do saber e da razão. “O saber não está na contramão da fé. A razão não está na contramão da fé”, afirmou, sublinhando que a racionalidade humana deve estar a serviço da vocação maior: a de sermos santos. Relembrando o pensamento de Teilhard de Chardin, completou: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais vivendo uma experiência humana.”
O arcebispo utilizou ainda a imagem dos santos “de pé diante do Cordeiro”, apresentada no livro do Apocalipse, para convidar os fiéis a permanecerem firmes na fé e no compromisso com o bem. “Neste mundo precisamos estar de pé, e o saber precisa ser um instrumental para nos colocar de pé”, ensinou. Estar de pé, explicou, “significa estar cientes de nós mesmos, cientes dos outros e a serviço dos outros”, enquanto “quem está deitado está morto, está incapaz”.
Dom José insistiu que tanto o saber quanto a fé nos mantêm de pé: o saber, pela consciência e pelo serviço; a fé, pelo alimento espiritual que sustenta a caminhada. “A fé e o saber nos põem de pé para avançar na direção certa”, afirmou. Ele convidou os universitários a colocarem seus conhecimentos a serviço dos mais pobres, recordando que “cuidar dos pobres atrai o olhar bondoso de Deus”.
Encerrando a homilia, Dom José citou as palavras do Papa Leão sobre as Bem-aventuranças como o “ensinamento por excelência” de Jesus, que é o verdadeiro Mestre e Educador. Inspirado também em Santo Agostinho, recordou: “Todos somos companheiros de estudo com um único Mestre, Jesus, cuja escola está na terra, mas cuja cátedra está no céu.”
Com essa reflexão, o arcebispo concluiu convidando todos a seguirem Jesus como discípulos, aprendendo Dele o caminho da santidade e da sabedoria, para que um dia possam ser contados entre os que, “com vestes brancas e palma na mão, estão de pé diante do trono do Cordeiro”.
O encerramento do Jubileu dos Universitários foi marcado por um momento de gratidão e bênção especial aos estudantes e professores. Ao final da celebração, o padre Gledson, coordenador da Pastoral Universitária, expressou agradecimentos a todos os que colaboraram para a realização do jubileu, em especial a Dom José Carlos, pelo apoio constante e incentivo ao trabalho pastoral. Em seguida, uma representante da pastoral entregou ao arcebispo uma lembrança simbólica, em sinal de reconhecimento e gratidão.
Padre Gledson também agradeceu ao Colégio Imaculada pela acolhida e às instituições de ensino que têm aberto suas portas às ações da Pastoral Universitária, destacando o empenho e a dedicação dos alunos que colaboram com o trabalho de evangelização nos ambientes acadêmicos.
Em um gesto de proximidade e bênção, Dom José Carlos convidou os universitários presentes — alunos, professores e representantes de faculdades presenciais e virtuais — a se aproximarem da imagem do Senhor do Bonfim. O arcebispo motivou-os a colocarem diante de Deus seus estudos, saberes e buscas, pedindo que a razão de cada um seja iluminada pela fé.
Durante a bênção final, entoou-se o canto “Estes irmãos serão abençoados, porque o Senhor vai derramar o seu amor”, em um clima de oração e alegria. Dom José concluiu pedindo a intercessão da Virgem Maria para que cada universitário realize um belo percurso acadêmico, profissional e espiritual, “uma peregrinação que termine no céu”. A celebração foi encerrada com a bênção solene sobre todos os presentes.
O Jubileu dos Universitários é uma das várias celebrações que marcam o Ano Jubilar da Arquidiocese de Montes Claros, vivido em comunhão com toda a Igreja. O Jubileu da Esperança 2025, convocado pelo Papa Francisco, teve início em dezembro de 2024 e se estenderá até a Epifania de 2026, com o tema “Peregrinos da Esperança”.
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Registros fotográficos: Laura Tupinambá
Confira a transmissão da Missa de Todos os Santos e do Jubileu dos Universitários:













